Resenha do livro "Stolen: Uma Carta ao Meu Sequestrador - Lucy Christopher"

Gemma é uma adolescente normal esperando para pegar um voo no aeroporto de Bangkok com seus pais. Ao se afastar, conhece o charmoso e envolvente Ty, e nem imagina quais são suas reais intenções. Ele lhe oferece um café em que coloca algum tipo de droga. Confusa, ela é sequestrada e arrastada para o meio do deserto australiano. Ele a rouba para si, depois de anos a observando, e ainda espera que ela o ame. Os dias se passam e eles têm apenas um ao outro na imensidão vazia e escaldante do deserto, e Gemma começa a entender e conhecer Ty. É aí que os limites entre inimizade e compaixão vão ficando cada vez mais tênues.

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Comecei a ler esse livro sabendo que iria ser polêmico. Convenhamos, livros dark sempre são. Mas não sabia que ele iria testar tanto os meus conceitos de certo e errado.  Lendo a sinopse você já consegue entender que se trata de uma Síndrome de Estocolmo. E geralmente esse tema sempre dá o que falar.

O livro se passa em terceira pessoa, com Gemma escrevendo uma carta ao seu sequestrador. E de inicio confesso que estranhei um pouco a narrativa e demorei umas boas 30 páginas para começar a me envolver na história. Mas depois que estava imersa ao dilema da personagem eu consegui sentir tudo o que a autora queria passar ao leitor.

Gemma é uma jovem que é sequestrada no aeroporto e levada ao deserto australiano por um cara lindo chamado Ty. Assim que eles chegam ao deserto, sentimos a frustração da personagem ao perceber que esta isolada no meio de uma imensidão de terra.

Ty deixa claro que planejava isso a muito tempo. E o tempo todo fiquei tentando entender os pensamentos dele e o que ele realmente queria. Sempre achava que era algo além do óbvio da sua obsessão por Gemma.

Ty é um personagem complexo, cheio de histórias, um passado triste, e que provavelmente o moldou da forma que é. E embora ao longo do livro algumas perguntas eram respondidas, eu ainda senti falta de algo que desvendasse por completo a personalidade dele para mim.

Gemma tenta fugir algumas vezes, e cada uma delas é uma grande frustração, tanto para ela quanto para nós. E durante a maior parte da leitura, o sentimento de ódio ao seu sequestrador se mostra presente. Portanto que seus pensamentos mais corriqueiros são diferentes formas de matá-lo.

Mas creio que a intenção da autora era fazer-nos se apaixonar pelo Ty. Tanto que muitas atitudes da Gemma no inicio são de uma menina mimada, e ao longo de toda a história as atitudes do Ty são carinhosas. É como se tirando o fato de ele ter sequestrado e mantido uma jovem isolada do mundo, ele a amasse e a tratasse com respeito e carinho.

E dessa forma acaba sendo fácil se apaixonar por ele, mesmo sabendo que é errado.

Não acho que o livro foi perfeito, porque quando as coisas realmente começaram a fluir bem para mim, a autora correu com o final. E pelas resenhas que li, percebi que foi algo que incomodou muita gente. Eu realmente terminei a ultima página com ódio por não ter mais nada além daquilo. 

Mas mesmo assim eu recomendo a leitura e a acho digna de quatro estrelas. Espero que tenha gostado da resenha.

Se você já leu, comenta aqui nos comentários o que achou, que vou adorar saber. Beijo, até a próxima ;* 

"Eu fui raptada em um aeroporto. E ele ainda esperava que eu pudesse ama-lo..."


"Você me viu antes que eu visse você. No aeroporto, naquele dia de agosto, você tinha aquela expressão em seus olhos, como se quisesse alguma coisa de mim, como se a quisesse há muito tempo. Ninguém nunca tinha me olhado assim, com tanta intensidade. Isso me perturbou, me surpreendeu, eu acho. Aqueles olhos azuis, bem azuis, um azul gelado, olhando para mim como se eu pudesse aquecê-los. Eles são muito poderosos, seus olhos, você sabe disso, e muito lindos também.


"E é difícil odiar alguém uma vez que você passa a entende-lo".