Resenha do livro " Leningrado - Paullina Simons" (Saga O Cavaleiro de Bonze 1)

Agora eu apareço por aqui todo dia. To empolgada, fazer o que?!

Hoje vou fazer resenha do meu livro preferido. De todos os tempos. 

Leningrado, da trilogia O cavaleiro de Bronze. E porque ele é meu favorito?
Eu os li apenas uma vez. Tem outros livros e trilogias que já li mais de 3 vezes.. e mesmo assim ele se tornou meu favorito assim que acabei de lê-lo.

 
Nesse livro tem tudo o que eu almejo em um livro: romance, história, adrenalina, suspense, todos os personagens são bem descritos, inclusive os secundários. E ainda tem uma escrita maravilhosa.
A escritora conseguiu me fazer sentir na pele tudo o que se passava na história.
Eu sorri, eu chorei, eu senti a dor do que deve ser passar fome e eu sofri pelas mortes.

Nunca nenhum livro me fez achá-lo perfeito. Claro que amo muitos livros. Mas esse me impressionou e me marcou de tal forma... que jamais vou esquece-lo.
É aquele livro que você quer comprar para ter na estante. Quer que façam filmes, séries, e que todos vejam o que você acabou de ler. É realmente impressionante. Mas vamos a história e vou tentar não dar nenhum spoiler ;)

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A Segunda Guerra Mundial ainda não havia alcançado a cidade de Leningrado, onde as duas irmãs Tatiana e Dasha Metanova viviam, dividindo um pequeno cômodo com seu irmão, seus pais e avós. Tudo muda quando as tropas de Hitler atacam a União Soviética e ameaçam invadir a grande, mas decadente, cidade. Fome, desespero e medo tomam conta de Leningrado, durante o terrível inverno no qual a cidade foi submetida ao cerco alemão. No entanto, a luz do amor é sempre capaz de iluminar a mais profunda escuridão. Tatiana conhece Alexander, um jovem e corajoso oficial do Exército Vermelho. O rapaz, forte, confiante e guardando um passado misterioso e problemático, e sente-se atraído por Tatiana — e ela por ele. O amor impossível de Tatiana e Alexander ameaça agora dividir a família Metanova. E que segredo é esse que se esconde no passado do soldado, tão devastador quanto a própria guerra?


Lendo a sinopse já sabemos que a história se passa no período da segunda guerra mundial, tendo como cenário a Rússia, que na época seguia o regime socialista.

Tatiana, as vezes chamada de Tania ou Tatia (seu apelido russo) é uma jovem de 17 anos que mora com os pais, o irmão gêmeo, uma irmã mais velha e seus avós. Todos dividem apenas dois cômodos, são apenas dois quartos pequenos. E não bastando, esses dois quartos ficam em um prédio com mais inúmeros quartos que abrigam outras famílias. Essa era a situação da Rússia, já que o regime socialista colocava todo mundo em pé de igualdade. Todo mundo era extremamente pobre e saneamento era praticamente inexistente.

A história começa no ano de 1941 quando a Rússia, que era governada por Stalin, foi invadida pelos alemães, governados por Hitler.

Tatiana é uma menina cheia de vida, trabalhadora, inteligente, ama ler, muito ligada a sua família, e é realmente encantadora a sua inocência. 
Em meio a toda essa guerra preste a começar, Tatiana conhece Alexander as vezes chamado de Shura (seu apelido russo), que é um jovem soldado 23 anos. Alexander é um soldado que já teve experiências amorosas, e não é ingênuo. Ele é forte, justo, e leal. Logo que eles se conhecem se encantam um pelo outro, mas descobrem que Alexander já esta meio que "saindo" com a irmã mais velha de Tatiana, a Dasha.

Todo o romance dos dois acontece em meio a guerra. E não se engane, o romance é bem existente no livro, mas a história contada sobre os acontecimentos da guerra é tão forte e tão bem escrita, que você sofre mais pela guerra do que pelo amor impossível dos dois.
Não é um daqueles livros que conta sobre bombardeios e enquanto tudo acontece você está apenas pensando quando o mocinho vai beijar a mocinha. E mesmo assim ainda é a melhor história de romance que já li.

É aquele livro que quando realmente está relatando um bombardeio ou sobre a situação precária em que eles viviam, você está se martirizando por ter tanta coisas disponíveis e fácil na sua mão o tempo todo, como a comida!

Eu já me emocionei em livros antes, mas esse me fez sofrer de verdade.

Tenho certeza que aprendi a matéria sobre Leningrado na escola, mas não me lembrava de nada sobre isso. Foi uma forma linda de aprender novamente e jamais esquecer. Todos os fatos históricos e descrições vividas pelas pessoas são reais. a única coisa inventada é o romance e nome dos personagens. O resto? Tudo verdade. E isso foi o que mais doeu.

Acordei no dia seguinte e mal conseguia olhar dentro da geladeira e ver tanta comida. Sabendo que pessoas passaram mais de 2 anos morrendo de fome por causa da guerra (somente em Leningrado claro).

Não me interprete mal. Sei que a fome ainda está presente no mundo. E que isso é noticiado todos os dias. Não deixo de pensar sobre isso. Mas toda vez que leio, eu realmente entro na história. E tudo o que sempre me chamou atenção sobre a segunda guerra mundial, tudo o que eu já aprendi, todos os filmes que eu já vi de exércitos americanos, exércitos alemães, jamais nenhum me mostrou esse lado de realmente sentir o que era morar em um pais que não tinha nem saneamento básico, e que ainda foi invadido na guerra.

A história é linda. Era para ser apenas um livro, mas a escritora foi encorajada a dar seguimento a história e acabou fazendo mais dois que não fogem do nível do primeiro.
Andei pesquisando também e descobri que foi escrito a bastante tempo, e que seus direitos foram procurados para se tornarem filme. A escritora escreveu o roteiro mas o filme ficaria muito longo, mais ou menos como Titanic. E nenhum roteirista queria assumir o risco.

O problema é que ela encurtou diversas vezes o roteiro e acabou perdendo partes importantíssimas da história, o que ia deixar as pessoas sem entender tudo. Até que apareceu alguém e disse que era curto demais, então ela resolveu escrever uma série com doze episódios.
Não consegui mais informações sobre isso, quem vai produzir, quando planejam lançar, nada. O jeito é torcer para um dia podermos assistir uma história tão bonita como essa. Tenho certeza que iria fazer sucesso.

Se você já leu, comenta aqui nos comentários o que achou, que vou adorar saber. Beijo, até a próxima ;* 

 

“Amar é,” ela repetiu suavemente, olhando apenas para Dasha, “quando ele esta com fome, você o alimenta. Amar é saber quando ele esta com fome.”


“O soldado afastou-se dela e foi na direção do ônibus. Tatiana o observou. Até mesmo o seu andar era de outro mundo: a pisada era muito segura, o passo muito longo, mas de alguma forma tudo parecia correto, com aparência certa, a sensação adequada. Era como achar um livro que você pensava haver perdido. Ah, sim, lá está.”


“– Eu proíbo você de ir pegar os alimentos para elas. Devolva-lhes seus carnês de racionamento e diga-lhes que saiam atrás de sua própria maldita comida. Não quero jamais ver você trazendo-lhes pão se elas não podem nem guardar para você um pouco da comida que eu trago.”


"Eu vou morrer com a mão de Alexander no meu rosto, Tatiana pensou. Não é uma maneira ruim de morrer. Não posso me mexer, não posso me levantar, não posso. Ela fechou os olhos e sentiu-se à deriva. Através da bruma, à sua frente, ela ouvi a voz de Alexander. –Tatiana, eu amo você. Você me ouve? Eu amo você como nunca alguém em toda minha vida. Agora, levante-se por mim, Tatia. Por mim, por favor. Levante-se e cuide de sua irmã. Vá. E eu cuido de você. –Ele a beijou no rosto."

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