Resenha do livro "Pecadora - Nana Pauvolih"
outubro 21, 2020
Todos nós éramos pecadores. Somente uma coisa diferenciava um pecador: as escolhas. Saber o certo e escolher seguir pelo caminho errado em vez de fazer o que era correto. Fechei os olhos. Apesar de tudo que tinha feito naquela noite, não me arrependi. Era pecado, era perdição, mas também era mais do que eu já tinha sonhado em ter. ––– Entre a rígida criação religiosa e o desejo que sempre a consumiu, Isabel precisa se encontrar. Casada há quatro anos com Isaque, seu namorado de adolescência, a jovem sabe que a relação está longe de ser satisfatória. Mas é só quando Isaque fica amigo de Enrico, um publicitário solteiro e bem-sucedido, que a situação começa a ficar insustentável. Agnóstico, sem amarras e cheio de mulheres, Enrico é tudo o que Isabel acredita rejeitar, mas ela não consegue deixar de se sentir interessada pelas histórias que o marido conta dele. Para piorar, ela consegue um emprego na agência dele, e agora terá de passar os dias ao lado do homem que traz à tona seus sentimentos mais proibidos. Neste novo romance, Nana Pauvolih, uma das maiores autoras de romances eróticos do país, mostra que o certo nem sempre precisa ser aquilo que é imposto, e sim aquilo em que se acredita.
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O livro conta a história de Isabel, que cresceu em uma família evangélica, que passa os dias dentro da igreja, e fora, vive uma vida cheia de restrições. Seu pai é pastor, e cobra da família e de seus fieis o melhor exemplo que ele sempre passa em seus cultos.
Isabel tem duas irmãs. A mais velha das três, Ruth, é casada, tem filhos, mas é nitidamente amargurada, apesar de mostrar para todos que faz o seu melhor para ser uma esposa, mãe e fiel respeitada. Sua segunda irmã mais velha, Rebeca, já é o completo oposto. Ela gosta de roupas da moda e que mostram muito, sai escondida de casa para namorar, e bem no comecinho do livro já vemos que ela fica gravida sem saber quem é o pai, o que claro, não acaba nada bem entre ela e os pais.
Enquanto Isabel cresce fazendo de tudo para agradar os pais e estar dentro do que sua religião pede, ela também tem curiosidades e desejos, que sabe que jamais serão realizados vivendo a vida dentro dessa doutrina. Assim que ela faz dezoito anos, seu pai a faz se casar com Isaque (que também frequenta a igreja com a família), e ela acaba nem se importando com isso, porque é a única forma de começar a viver com um pouco mais de independência e ter uma vida sexual. Mas o casamento não acaba sendo como ela esperava, na verdade.
O problema, é que Isaque é tão fanático pela religião quanto seus pais e os de Isabel, e leva a sério tudo o que o pastor diz, inclusive sobre reprimir seus desejos sexuais. Isso acaba fazendo com que eles façam quase nenhum sexo, e quando fazem, não é bom. Aqui é um ponto que posso até refletir mais. Pois veja bem, embora Isaque se contenha no que faz durante o sexo, ele acaba tendo prazer de certa forma ao ter um orgasmo, certo? Certo. Enquanto isso, Isabel tem que ficar quieta, sem demonstrar prazer e não tem orgasmos. O que?! É um absurdo.
O problema, é que Isaque é tão fanático pela religião quanto seus pais e os de Isabel, e leva a sério tudo o que o pastor diz, inclusive sobre reprimir seus desejos sexuais. Isso acaba fazendo com que eles façam quase nenhum sexo, e quando fazem, não é bom. Aqui é um ponto que posso até refletir mais. Pois veja bem, embora Isaque se contenha no que faz durante o sexo, ele acaba tendo prazer de certa forma ao ter um orgasmo, certo? Certo. Enquanto isso, Isabel tem que ficar quieta, sem demonstrar prazer e não tem orgasmos. O que?! É um absurdo.
Tem tantas partes e situações que me incomodaram nessa história, principalmente em relação ao machismo, que era descarado em inúmeras situações. Além da que já citei sobre o sexo, Isaque também vai toda quinta-feira jogar futebol e a um barzinho com os amigos, enquanto Isabel não pode sair com amiga nenhuma. Só que mesmo eu tendo ficado extremamente irritada com esse machismo, não foi porque estava sendo romantizado pela autora, e sim abordado para mostrar e pontuar que tudo dentro daquela situação estava errado.
Embora o livro trás um triangulo amoroso de certa forma, e Isabel acaba sim traindo o marido com o amigo dele do futebol, que se chama Enrico, que é lindo, dono de uma agência de publicidade, sai com várias mulheres, e mora em uma casa em um bairro nobre, a história entre eles é muito mais do que uma simples atração sexual. Eles se conhecem através de Isaque, e é obvio que há uma atração entre eles. Mas eles só partem para um lado físico, quando já estão emocionalmente envolvidos. Foi certo a traição? Não foi. E na maioria das vezes fico nervosa quando leio sobre. Mas aqui, a história conseguiu ir muito além do envolvimento amoroso.
Gostei muito do desenvolvimento dos personagens, do romance, da ambientação, e mais do que tudo, da forma como a autora trabalhou a religião. Ela trouxe muitas reflexões filosóficas para a história, e me fez pensar em como uma pessoa pode acreditar em algo e moldar toda a sua vida e suas escolhas baseada em suas crenças. Ver a protagonista se descobrindo, entendendo o que a faria feliz, e a lutar por essa felicidade foi muito bom.
Se você precisa de uma indicação de romance que sai fora do clichê, de uma autora nacional muito bem recomendada, com uma ótima escrita, super fluida e envolvente, super indico essa leitura. Já estou ansiosa por ler mais obras da autora. Mas se você já leu esse livro, me conta nos comentários o que achou, vou adorar saber. Beijos e até a próxima ;*
Quotes
"Tinha vontade de sair dali, como se o apartamento minúsculo me sufocasse. Às vezes me dava um desejo de sair e andar sem rumo, até onde minhas pernas me levassem. Apenas estar livre e longe das convenções e das perguntas que vinham se acumulando dentro de mim e que eu deixava que se acumulassem por temer as respostas."
"Eu queria sentir. Na pele, no corpo, na alma. Ansiava por sensações só minhas, experiências que ficassem na lembrança, algo que suprisse aquela falta de vida que me sufocava cada vez mais"
"Sempre latejei por algo mais e senti um vazio estranho, como se eu fosse um cordeirinho no meio do rebanho, mas querendo correr livre pelo campo, mesmo arriscando cair."
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